Em 13 de maio de 2012, num domingo, chegamos em Hamburgo.
Segunda maior cidade da Alemanha, segundo maior porto da Europa, atrás apenas de Roterdã (Holanda).
Em maio de 2104 completou 825 anos (o porto).
Enquanto fazíamos o check in no Hotel – Sofitel Hamburg Alter Wall, situado a dois quarteirões da Rathaus (Prefeitura), o recepcionista nos alertou de que estavam acontecendo no porto as festividades comemorativas de seu 823º. Aniversário; e que lá estava o Queen Mary, entre outros barcos, navios e veleiros.
Colocadas as malas no quarto, caminhamos dez minutos até o Porto, onde encontramos uma grande feira, com barraquinhas ao longo do píer, vendendo objetos, alimentos, vinho e cerveja.
De destaque as salsichas alemãs, grelhadas, cobertas de curry, vendidas com pães.
Para beber, a cerveja alemã, ou o vinho branco (riesling), também alemão; este em taças.
Optamos pelo vinho, por causa dos 9º (nove graus) de temperatura que fazia naquele final de tarde.
Algumas mesas comunitárias de madeira, ali tomamos assento, e percebemos que em frente a um pequeno palco algumas pessoas “dançavam” ao som de música mecânica. Apuramos os ouvidos e identificamos a música de Michel Teló (“Ai Se Eu Te Pego”).
Incrível o sucesso dele na Alemanha. As rádios tocavam sua música a todo instante, e os alemães dançavam e tentavam repetir seu refrão.
A cada loja em que entrávamos o vendedor, tentando ser simpático, nos falava sobre Michel Teló.
Ficamos por ali e, terminada a “refeição”, passeamos pelo Porto, admirando belos navios e veleiros, alguns deles da Marinha de Guerra Alemã, e um da Rússia.
Apesar do frio, foi uma experiência interessante.
Na segunda feira, um café da manhã que valeu por dois almoços (incluindo salsichas variadas, batata e feijão); além do vinho espumante.
Passeamos pelos variados pontos turísticos da cidade – não são muitos, subimos na torre da Nikolaikirche, ainda chamuscada pelas bombas da 2ª. Guerra, uma das poucas edificações de Hamburgo que resistiu aos pesados bombardeios, e demos a volta, a pé, ao redor do pequeno lago de formato quadrado localizado no centro da cidade.
Depois, as lojas, que, como em cada cidade de média a grande da Europa, são as mesmas (Zara, HM, etc…), sem deixar de mencionar as grandes lojas de departamentos alemãs, com preços bons (melhores do que em Paris) e com produtos que nem sempre são encontrados em Paris.
Apesar de ser uma cidade grande, não é preciso mais do que duas noites em Hamburgo, porque, em razão dos bombardeios na 2ª. Guerra, pouca coisa restou de original, e a reconstrução com reconstituição foi restrita a alguns poucos prédios.
Na terça feira, após o café da manhã, fomos a pé até a locadora (Hertz), e ali retiramos o carro prèviamente alugado, um Mercedez-Benz, com GPS.
O GPS é indispensável para quem, não conhecendo bem o idioma alemão, se aventura a por lá dirigir. Era o último Mercedez disponível (a alternativa não era satisfatória, porque se tratava de um BMW, que é mais desconfortável e tem a direção mais dura), por isso, veio um carro mal cuidado, inclusive sem calota. Ponto negativo para a Hert. Reclamei, e pediram desculpa. Falta que pode ser relevada, porque a empresa tem bom atendimento.
Bremen
Pegamos as malas no hotel, e partimos em direção ao sul.
O projeto original previa algumas pequenas cidades da região, ainda ao norte de Hamburgo, mas percebemos que não caberia no calendário.
E abrimos mão.
Descemos, em direção sudoeste, até Bremen.
Muito bonita, fez parte da Liga Hanseática desde meados do século XIV, também porto (o segundo maior da Alemanha), no Rio Weser.
O centro histórico é pequeno, mas vale ser visitado.
A Rathaus (Prefeitura), do século XV, tem belíssima fachada renascentista, com acréscimo gótico feito anos depois. Também a Catedral exibe bela construção.
Na praça, é interessante a escultura dos “Músicos de Bremen” (um burro, um cão, um gato e um galo, fazem uma pirâmide, e lembram o conto dos Irmãos Grimm.
Estrada para Bergen-Belsen
Uma hora na cidade, e um “café” na Starbucks, e seguimos viagem, com intenção de chegar até Hannover, mais ao sul.
No caminho, Stufs, sempre ligada, descobriu que, nas proximidades, ficava o Campo de Concentração de Bergen-Belsen, conhecido por ser o lugar onde Anne Frank (a adolescente holandesa que escreveu o famoso diário) esteve presa por longo tempo, e morreu apenas três semanas antes da liberação do campo pelas tropas aliadas.
Esticamos até lá, e, curiosamente, passamos por uma estrada utilizada por tanques militares, que ficam numa base situada pràticamente ao lado do Campo.
A visita ao Campo, deprimente, evidentemente, não deixou de ser interessante – assim como nos Campos de Dachau e Sachsenhausen – para lembrar, conhecer um pouco mais, e tentar entender a razão do acontecido na 2ª. Guerra Mundial.
Para aqueles que insistem em dizer que nada aconteceu, convém visitar o Campo.
A exposição de fotografias é terrível, assim como os filmes originais.
Na entrada, a recepcionista me autorizou fotografar as fotografias expostas. Depois de algum tempo, um funcionário mandou que parasse de fotografar.
Não sei a razão. Desconfio, mas prefiro não dizer.
De Bergen-Belsen fomos até Hannover, Capital da Baixa Saxônia, um pouco menor do que Bremen, que foi totalmente reconstruída após a Guerra.
Bonita, mas também dá para visitar em um dia. Só de passagem, assim como Bremen.De Hannover, fomos para sudeste, até Goslar. Linda, maravilhosa, inesquecível, patrimônio da UNESCO.
Goslar
Pequena cidade, com pràticamente todas as casas de madeirame à vista – estilo enchamel, vale um pernoite.
Chegamos já no início da noite, tempo chuvoso, sem reserva de hotel. Encontramos um delicioso hotel, quase familiar, em uma construção típica da cidade, com pessoal atencioso, e diária bem accessível (100 euros para três pessoas, com café da manhã incluído, e garagem fechada).
Hotel Die Tann.
Jantar num restaurante situado na maravilhosa praça central, e tranquila noite de sono em um apartamento enorme, com duas televisões, um corredor (dentro do quarto). Na verdade, uma suíte.
Na manhã seguinte, passeio a pé pelo centro, não passando disso, porque, apesar de ser meio de semana, era feriado na cidade. Na verdade, na Alemanha. Alguém me explicou que era alguma coisa como o dia dos homens.
Pelas ruas, uma enorme quantidade de jovens puxando daqueles carrinhos típicos de estórias de quadrinhos, carregados de cervejas e garrafas de outras bebidas.
Festejavam o referido feriado.
Ao meio dia, feito o check out, e com os ânimos renovados pela beleza da cidade, seguimos viagem ainda mais para sudeste, passando ao lado de Halle, e entrando em Leipzig (uma decepção, depois de tantos elogios ouvidos de um amigo advogado).
Só vale porque lá está o túmulo de Bach, que por lá atuou como mestre-de-capela, em mil setecentos e pouco.
Para almoçar, foi uma tragédia.
Não encontrávamos um restaurante no mínimo razoável, e acabamos “almoçando” na Starbucks (grata revelação nessa viagem).
Leipzig
Ainda descendo em direção ao sudeste, chegamos a Meissen, mundialmente conhecida pela fabricação de porcelana.
O centro antigo da cidade é pequeno, tendo uma Rathauss em cuja parede externa existe um interessante relógio de sol e, pràticamente em frente, uma igreja, cuja torre é provida de um campanário com dezenas de pequenos sinos de porcelana, que ao meio-dia toca uma música. Interessante.
As lojas de porcelana são encantadoras, e dá vontade de comprar tudo, de pequenos bibelôs a estatuetas de porte médio.
O problema são os preços. As porcelanas renomadas são caríssimas – 1.500 euros um pequeno bibelô, pouco maior do que um telefone celular.
Compramos um bibelô representando uma criança alemã, muito bonito, com preço razoável.
Dresden
De Meissen, descemos ainda um pouco mais para sudeste, até chegar a Dresden.
Lindíssima, supermaravilhosa.
O Passeio do Príncipe – Dresden
O Guia da Folha de São Paulo diz que é uma das mais belas cidades da Europa. Com certeza, ainda é a mais bela cidade alemã.
Como bem lembrado pelo Guia da Folha, era conhecida como a “Florença do Norte”, e exatamente por isso, na 2ª. Guerra Mundial foi escolhida como alvo maior dos aliados, que, em uma única noite, lançaram milhares de bombas, destruindo pràticamente toda a cidade, e matando em torno de 35.000 pessoas.
Chegamos lá com a intenção de passar duas noites. Passamos quatro, ainda dependendo da boa vontade dos recpcionistas do hotel Ibis Lilienstein, que, para a última noite, nos conseguiram vaga num outro Ibis, situado bem ao lado.
Onde ficar – Ibis Lilienstein, situado num calçadão, em um prédio enorme, ao lado de dois outros Ibis, igualmente grandes.
Muito bem localizados, fica numa praça ao final do calçadão de lojas, ao lado de uma Starbucks.
Tem um estacionamento descoberto, público, pago, nos fundos. O pagamento é através de moedas em máquina automática. À noite é gratuito. Mas é importante colocar as moedas já às 08:00 horas (se o carro pernoitar), porque um minuto após as oito da manhã os fiscais já estão por lá, multando.
Um dia inteiro sai por 6 (seis) euros.
Cinco minutos a pé pelo calçadão (sem contar as inúmeras paradas nas ótimas lojas, e numa feira numa praça, para tomar vinho, cerveja, com salsicha ou joelho de porco), e chegamos ao centro histórico.
De tirar o fôlego de tantas belezas.
Numa das ruas há um painel (no quarteirão inteiro) num dos muros, se não me engano chama-se “o passeio do príncipe). Muito bonito.
Também em Drescen podem ser comprados lindas esculturas e belos bibelôs, de porcelana.
A parte histórica da cidade fica às margens do Rio Elba e é, desculpem a insistência, maravilhosa.
Há vários restaurantes, de regiões variadas do mundo, e o almoço e o jantar podem ser feitos lá.
Preferí passar o dia à base de salsicha e vinho, deixando para jantar num dos restaurantes.
A cidade é muito segura, e pode-se caminhar à noite, sem perigo.
Quando lá estivemos havia um festival internacional de jazz, com músicos de diversas partes do Mundo, especialmente dos Estados Unidos.
A cidade estava lotada, mas ainda assim não houve perda de qualidade nos serviços essenciais (o difícil foi encontrar vaga em hotel).
Se estiver chovendo é possível jantar no Ibis que fica no meio (são três). A comida é razoável; com vinho, é claro. Ou cerveja.
De Dresden, a ideia inicial era ir até a República Tcheca, em Karlovy Vari, cidade que aparece num filme da Queen Latifa, chamado “As Férias de Minha Vida”.
É uma comédia muito interessante, cuja maior parte se passa naquela cidade, no Grand Hotel Pupp (o hotel existe e é maravilhoso).
Quando vi o filme fui tomado de vontade de conhecer a cidade e o hotel.
À noite, no quarto do hotel em Dresden, eu e Stuffs preparávamos o roteiro para a manhã seguinte, até Karlovy Vary, quando bateu uma cisma: “vamos deixar para outra oportunidade. Vamos para Nuremberg”.
Foi a sorte: alguns dias depois, quando íamos devolver o carro à locadora, em Paris, descobrimos que aquele carro não poderia entrar na República Tcheca (política comercial da locadora). Se tivéssemos ido, ia dar problema.
Enfim, no dia seguinte, íamos para Nuremberg.
Mas fomos em direção ao leste, passando por Weimar (aquela da Constituição de 1919), Erfurt e Eisenach.
Belas cidades, mas visitáveis de passagem.
A ficha caiu: não era razoável ir até Nuremberg, porque naquela noite seria jogada em Munique (a uma hora de Nuremberg) a final da Copa dos Campeões da Euro, de Futebol (Bayern Munchen e Chelsea, da Inglaterra).
Não haveria vaga nos hotéis num raio de 100 km.
Lêdo engano.
Não havia vaga nos hotéis nem onde estávamos, bem mais distantes: Weimer, Erfurt, Eisenach.
Após muito procurar, e nada encontrar, chegamos em frente a um Ibis situado na área rural de Eisenach.
Encontramos vaga, pensei.
Contornando o hotel, um calafrio: um big ônibus de turismo estacionado nos fundos.
Na recepção, a resposta inevitável: não temos vaga.
A recepcionista, a nosso pedido, cometeu a gentileza de verificar, pela Internet, se havia vaga em Frankfurt.
Havia.
Partimos em direção ao Ibis Frankfurt City Center, já anoitecendo, com céu nublado.
Foram 260 Km de estrada.
A sorte é que estávamos numa Autobahn, e este humilde cidadão teve a coragem de colocar até 180 km/h de velocidade no carro.
Chegamos em Frankfurt debaixo de um temporal. Como choveu.
Nos instalamos no hotel e ainda assistimos o segundo tempo do futebol.
Sorte da Stuffs, que conheceu Frankfurt. Não estava no programa, e eu lá já estivera por duas vezes.
Duas noites em Frankfurt, comércio fechado, porque era domingo, e partimos para a pérola da viagem: HOTEL CASTELO AUF SCHONBURG, perto de Bacharach, na beira do Rio Reno, quase em frente ao lendário Rochedo Lorelay.
Final de tarde, jantar e noite inesquecíveis.
Vale uma viagem.
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Já estive lá em duas oportunidades, volto se puder, já encaminhei muita gente para lá.
Repito: vale uma viagem.
De lá, o inevitável: a “Grande Finale” de qualquer viagem à Europa: PARIS.
Fica a sugestão do roteiro, que pode ser aumentado ou reduzido, e até modificado.
Mas três lugares são de visita obrigatória, além de Paris, é claro: GOSLAR, DRESDEN E O CASTELO AUF SCHONBURG.